Seguindo a nossa saga épica que eu apelidei de “Fazendo um Thinkpad T420 MONSTRO”…
No episódio anterior…
Dorival e seu T420, apelidado TwinkPad, completaram a instalação de libreboot na BIOS do mesmo, fazendo com que grande parte dos blobs proprietários sejam limpos de seu sistema!
Mas será que isso foi suficiente para derrotarem o grande inimigo que é o software proprietário e seu ajudante, software mal otimizado? Ou eles terão que compilar todos os benditos programas que consideram usar?
Descobra nesse mais novo episódio de DraGNU Ball Z!
Piadas a parte…
Terminei a minha instalação de Gentoo GNU/Linux em meu TwinkPad! Claro, depois de instalar um Intel i7-3632QM, que possuí 4 cores e 8 threads, e uma bateria nova!
Pra quem não sabe, o resumo da ópera é o seguinte: Gentoo GNU/Linux é uma meta-distribuição que é baseada em código fonte, e não binários.
Traduzindo, ela não foca em distribuir um programa executável já pronto que você só baixa e roda na sua máquina. Em vez disso, o foco é em pegar o código fonte original do programa que você deseja e compilar diretamente na sua máquina!
Eu adoro essa ideia já que, tecnicamente falando, você não está realmente usando Software Livre/de Código aberto se você usa somente binários. A graça do Software de Código Aberto é você poder ver, editar, compartilhar e estudar o código! Se você só usa binários, você está perdendo boa parte da graça! Além de se colocar em risco de utilizar um binário que teve seu código modificado por agentes com más intenções.
Mas quais são as vantagens/desvantagens?
Dentre muitas vantagens e desvantagens, as mais predominantes são:
PROS:
- Maior controle sobre as features que você quer
- Eu posso compilar um programa com ou sem suporte para Vulkan caso meu PC não tenha, por exemplo.
- Binários otimizados
- Como a sua máquina que está compilando todo santo programa, você pode otimizar o compilador para especificamente seu PC!
- PS: Isso engloba tanto o fato de os programas rodarem mais rápido como também serem menores, logo, consumindo menos RAM!
- Licensas específicas
- No caso do Gentoo, temos a variavel ACCEPT_LICENSE, que nos permite específicar quais tipos de licensas aceitamos, seja FREE em liberdade, OPEN SOURCE, ou até proprietárias!
CONS:
- Todo santo pacote tem que ser compilado.
- Isso pode ser tanto um PRO como um CONTRA, já que depende muito do seu Hardware. Mas neste caso colocarei como CONTRA já que meu T420 não é uma máquina híper rápida (estou com um i7 de terceira poxa)
- PS novamente: Isso incluí as dependências e livrarias, viu? Então se você for compilar algo como o Firefox você terá que compilar também toda santa dependência que ele tem.
- Alta complexidade
- Novamente um contra que é debatível, mas obviamente, se Arch Linux já é considerado difícil pelo usuário ter que particionar o disco na linha de comando, imagina aprender sobre compilação e otimização de GCC.
Levando esses pontos em consideração, eu demorei aproximadamente 3 dias para completar essa instalação de Gentoo no meu TwinkPad, estou usando Wayland em vez do bendito do X pelo simples fato de ser muito mais leve e minimalista, pois, já que estou num Hardware mais modesto, quanto mais simples o código, mais fácil é de compilar.
Até agora a experiência tem sido muito gratificante! Os programas rodam mais rápido e do jeito que eu quero! É incrível o controle que se pode ter de seu sistema. Ainda falta eu configurar algumas coisas básicas como minha configuração do Neovim, mas até agora, está tudo muito bom!
O sistema (com dwl rodando) consome miseros ~150MiB de RAM e é absurdamente rápido! Sem contar que com o Wayland, todos os frames são perfeitos, então, sem screen tearing!
Bom, este é meu pequeno “blog” espero que tenha se entretido com esta leitura e que tenha aprendido algo! Até a próxima!